Um eventual aumento no preço da gasolina no Brasil, após os ataques de Israel ao Irã, poderá impactar positivamente a cadeia do etanol no Brasil e ampliar o consumo do biocombustível. A cotação do barril de petróleo disparou nas bolsas internacionais após os ataques israelenses contra Teerã desde a noite dessa quinta-feira (12). 

Com a valorização, o preço dos combustíveis no Brasil pode subir, já que parte do mercado nacional é abastecido por refinarias particulares que importam derivados de petróleo. O presidente da Associação da Indústria da Bioenergia e do Açúcar de Minas Gerais (Siamig Bioenergia), Mário Campos, frisou que com a gasolina mais cara, o preço do etanol tende a ficar mais competitivo, representando menos de 70% do valor da gasolina.

"Mas isso depende do alongamento dessa tensão. Se houver uma escalada do conflito, obviamente vai ter algum nivel de pressão para reajustar o preço da gasolina no mercado interno", disse Campos. "O consumo de etanol depende, obviamente, da paridade de preço com a gasolina. O preço do petróleo tipo brent está subindo e isso é algo que pode influencier o preço da gasolina", complementou. 

Pólo global  1um5f

A região do Irã concentra mais de 20% do comércio global de petróleo. A principal preocupação de interlocutores do mercado é com o Estreito de Ormuz, trecho que conecta o Golfo Pérsico com o Golfo de Omã, e por onde o petróleo é escoado.

“Se houver um bloqueio total do Irã, por exemplo, eu acho que podemos ter um impacto muito maior, com esse conflito ando a ter uma abrangência ampliada, e não mais restrita ali entre Israel e Irã. É um fato que hoje ainda tem muita incerteza, porque o mercado hoje opera num índice muito alto de volatilidade e nos momentos de volatilidade, eu acho que precisamos ser cautelosos”, acrescentou o sócio-fundador da Raion Consultoria, Eduardo Melo.